quarta-feira, 21 de abril de 2010

Sem registros

Não entendo como tudo pode fluir, ou não, de acordo com um determinado assunto. Os pratos sujos estão dentro da pia há mais de um mês e as roupas sujas ninguém quer lavar. A inércia presente no recinto deixa a poeira se alojar entre os móveis, as únicas habitantes do lugar são as sombras. Eu continuo correndo, fugindo e me escondendo em qualquer lugar. Os rastros são todos apagados e os contatos mortos, só permanece alguns escombros do terremoto passado. Em pensar que pisei nessas ruas e larguei tudo o que tinha por lá. O enjoô vem e vai sem dar nenhum sinal verdadeiro, há anos não durmo mais sob os lençois de luxo e nem uso mais as pérolas que me davam. O título de 'princesinha' foi jogado na sarjeta para quem quiser pegar. As velhas sapatinhas se perderam na grama durante aquela longa caminhada até a outra ponto do orvalho. Rumo a lugar nenhum sem nada nos bolsos além de coragem, eu parti. Tudo fora deixado de lado e um abismo desmoronou quando pulei o muro e troquei de nome. Sentada em um longo divã, a única lembrança que levo é uma tatuagem, o resto já foi tudo jogado no lixo.

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